o câncer
cansa de
ser?
a vida
visa o
dar?
A esperança
espera a
dança?
E o será,
um dia
sarar?
quando eu finjo fazer um poema
o câncer
cansa de
ser?
a vida
visa o
dar?
A esperança
espera a
dança?
E o será,
um dia
sarar?
Boca,
beija o oco
do outro
Eu queria mudar,
mudar de vista,
mudar de vida
das janelas escondidas.
Muda pessoas,
mudo lábios,
mudas vozes.
Uma rua movimentada e suja,
Augusta ou similar.
Gosto da símile e do prazer,
da visão e de você.
Queria ficar na varanda da Campos Salles com a Cesário Mota,
olhar mulheres passando.
Ando e paro e queria estar neste outro lugar.
Espaço com pessoas caminhando, onde viva alguma história morta.
Alguma esquina barulhenta
em Santo André ou São Paulo
Sendo são ou santo,
sendo André ou Paulo
Queria viver tranquilo com meu amor
e uma torrada com suco de laranja,
seja santa ou louca, sendo boca.
Queria ser outra casa,
outra vida, alguém melhor.
Eu mesmo e outro espelho
que sorri duro, talvez pior.
Tudo mudo dado e parado
para mudar a mudança,
mudar o mutante
por um instante
Queria olhar da janela
ver alguém andando lento
ando e queria outra coisa já
já que mudar que nos muda
mudando o mundo
humano, queria mudar.
escre
ver
peque
no
ver
no
ver
so
só
ver
Sonho é sono
com H maiúsculo
Quando nasci,
minha mãe pensou:
que verso pequeno,
Será prematuro?
Já na escola, falaram
que o verso era
feio, ruim de bola,
sem tato e duro.
No trabalho, citaram
que verso mal, era
não profissional,
sem nenhum apuro.
Mas o meu amor
sempre diz: versa
mais, por favor,
sobre nosso futuro
Mil
meu corpo
Mil
minha direção.
Parece um
Mil
Talvez são.
Haikai ipod
Que viver sem música
só me fode.