Isso é tudo
o que eu queria –
Disse apontando
o engraçado é
que tudo era apenas
que ela ria.
quando eu finjo fazer um poema
quando eu finjo fazer um poema
Isso é tudo
o que eu queria –
Disse apontando
o engraçado é
que tudo era apenas
que ela ria.
o meio é todo
pois me encontro
uno e outro.
nós
somos linhas
paralelas prontas
para convergir
em um só
nó
demos graças,
que nossos amigos
de verdade
não sejam tão amigos
da verdade.
a sós vivíamos preocupados
mas juntos preenchemos
dois corações desocupados
muito se diz nos silêncios
com palavras
nos olhares
com toques, ações
muito se diz sem dizer se
em assuntos
com frases pensadas
escolhidas
dadas
muito se diz sem dizer
no amanhecer
com copos e cafés
lábios e línguas
há quem se diz feliz
sem dizer
com a boca
em sorriso
Será que
vou morrer
ou é o parto?
será o nascer sentimento
ruim ou o apodrecer.
a vida é
morrendo o tempo
todo? será
que passo dessa ou
me passo?
o coração aguenta a dor?
ou se deixa
tranquilo, num favor
será que
o ainda
ou o logo
encerrou
ou o será
logo ter, sido
ontem
ou nem
antes de ser
e o final
como um café amargo
queimado e
desejado
satisfazendo ao tingir tudo
de preto e marrom
ou será que dói
acabar ou só dói
o ser?
que nome é esse
sem jogo de cintura
trejeitos
piadas e sujeitos
para quem
gosta de chamar o
insofismável nome
a coisa intransmutável
ideia sem lógica aparente
que nome é esse que
ninguém consegue chamar
no passado, a fazer presente
impondo pela existência
de ter
uma posse a nomear
que nome é esse
sem aliterações
canções, cânceres e prisões
nome de vento, voando sem peso
sem considerações, qualquer nome
que não é nome sem
revelar, sem
dizer,
nome
ninguém
conhece o nome
ninguém
acerta o nome
ninguém se faz com ele ou
dele faz alguém.
sinto pena, e um pouco de carinho
sem nomear, na verdade, pois
a coisa que não tem
nome ou nome que nada
diz
é só
coisa
verdade
sem nome, não nomeia, se é.
Em São Caetano
existe um canto sem nome
uma rua de pássaros estáticos
uma viela sem passos
uma janela sem vista
copas de árvores sem vento
nesse canto só há um sentimento
só há um estar
um ser não
sendo, mas sido
esquecido
em São Caetano existe um canto
entres os trens, os viadutos, ruas arborizadas e postes elétricos
nesse lugar o tempo parou. lugar memória
mas continua, um canto
cantando.