a felicidade perdura
na boca, nos olhos,
na emissão do calor
das fogueiras de junho,
perdura nos abraços
na cama, nas manhãs
de domingo
a felicidade perjura,
sorrindo, no amor, sem fim
de semana no tédio,
no ócio alegre de olhar,
perverte, o teto
da sala, os reflexos,
luzes da tarde.
a felicidade perdoa
no toque, nas palavras,
no erro de interpretação
de quem, feliz, finge,
perplexo, das coincidências
do texto, do tempo
próprio da vida.
a felicidade permite
lágrimas doces, açucares
sem culpa, pecados de
gula, preguiça, luxúria e
perfaz a parte, completa,
das lembranças, queridas
expressões de sorrir.