Quem tem boca diz o que
questiona, pobres ouvintes
desavisados porque
não anteciparam o seguinte
som de dúvida, sentença
sem certeza ou beleza,
questão de sentido, tensa
de vida, sempre fraqueza
de não usar boca e a língua
na pele da carne, tece
o arrependimento, vinga
o silêncio, apenas cresce
permanentemente surdo
ao propósito absurdo
do turvo
tudo.

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